Quem sou eu

São Paulo, SP, Brazil
A Cia. Encena vem desenvolvendo desde sua fundação em 1997, um trabalho que visa estudar e analisar o Homem dentro de um contexto social e político em diferentes fases da história. Buscamos um teatro onde o espectador se divirta; se emocione; reflita; identifique o meio em que vive ou viveram seus antepassados; compreenda a si e a seus semelhantes e tenha por fim, a esperança e a crença de que ele pode e deve melhorar o mundo. Contato: encenaproducoesartistica@gmail.com e https://www.facebook.com/encena.ciadeteatro Endereço: Rua Sgto Estanislau Cústodio, 130 Jd Jussara Vila Sonia Telefones: 96460-5903 (Tim) e 98336-0546 (Tim)

domingo, 6 de setembro de 2009

Orias Elias

Nasceu em Gardênia cidade do interior de São Paulo. Teve uma infância normal, de menino de interior. Sempre foi estudioso. Tinha as melhores notas. Os professores me adoravam e vice-versa. Sempre fui amigo dos meus mestres.
Seus primeiros contatos com o teatro foram através dos circos que eventualmente se apresentavam em sua cidade. Na época, duplas sertanejas apresentavam os seus “dramas”, que eram espetáculos absurdamente melodramáticos, com o “ponto” soprando o texto.
Nos anos 70 a TV Globo apresentava um programa chamado “Caso Especial”, onde eram apresentados clássicos do teatro e da literatura Universal. Foi então que eu assisti Sófocles, Dostoievski, Gogol, Ariano Suassuna, Alexandre Dumas e uma infinidade de autores clássicos e adaptações excelentes, interpretados por grandes atores com Fernanda Montenegro, Sergio Brito, Paulo Gracindo, Sergio Cardoso e tantos outros que se tornaram minhas referências.

Houve conflitos familiares?
Nunca, meus pais adoram me assistir no palco.

Você estudou?
Escola de teatro, em São Paulo. Acho importantíssimo e temos escolas ótimas. A escola ensina técnica e prepara o ator para a carreira. Talento é fundamental, mas não basta, tem que estudar, trabalhar, se exercitar.

Quais as dificuldades você ver em ser artista?
Todas as profissões apresentam dificuldades. O artista, que em regra tem uma ansiedade dentro de si em expressar sua arte, sofre um pouco mais, mas também se diverte mais. Nenhum trabalho é bom se não for divertido e prazeroso realiza-lo.

O que você tem consumido de cultura e como você avalia?
Vejo mais cinema e Teatro. Tenho visto filmes sensacionais e também espetáculos estupendos. Tem muita coisa boa rolando nos palcos. Procuro assistir ao máximo de espetáculos quando não estou atuando. O teatro vive hoje um momento de enorme qualidade. Há montagens maravilhosas em cartaz. Quando o assunto é talento, não há crise.

O que você costuma ouvir?
MPB. Sou apaixonado. Curto tanto cantores da geração atual quanto das gerações anteriores. Vou de Negra LI a Maria Bethânia e me amarro em Dalva de Oliveira. Sou louco por samba, curto bolero, tango, chorinhos. Sou eclético nessa área.

Assiste programas de televisão? Quais?
Já assisti muito. Hoje não mais. Gostava de assistir novelas, mas parei há alguns anos. Mas curto muito TV. É um veículo praticamente indispensável hoje em dia. Hoje, com os canais fechados, temos muitas boas opções. É só escolher com critério. Não tenho qualquer preconceito. Adoro.

Como foi fundar a Cia e como é a convivencia?
Foi um processo. Começamos com um primeiro trabalho e fomos caminhando. Uma coisa meio brasileira, sem grandes planejamentos, mas com paixão e como em qualquer relação de convivência traz conflitos, de vez em quando um estranha o outro. Mas os conflitos devem ser administrados. Para isso basta bom-senso e respeito.

Qual a vantagem de fazer parte de uma cia.?
Participar de uma Companhia é a possibilidade de se montar aquilo que você gosta e poder estar sempre exercitando seu ofício, sem depender de convites externos, nem de um mercado de poucas oportunidades de trabalho. É a forma que encontramos de viabilizar nosso projeto de vida.
Tem algum espetáculo que ficou marcado?
Caindo num lugar comum, todos são importantes no momento em que são montados. Gosto de todos. Tenho ciúmes dos meus personagens, uma doideira. Alguns marcaram mais, outros menos, mas todos são muito queridos.

Cite um personagem que ficou marcado na sua carreira?
O judeu Shylock de “O Mercador de Veneza”

Como é feita a escolha dos espetáculos?
A partir de leituras, sugestões e temas que interessem ser contados naquele momento.

O que você está lendo atualmente?
Estou mergulhado no texto da peça “Os Ossos do Barão”, e estou com mais 4 livros iniciados, presente de amigos: uma biografia, dois textos teatrais e até um livro esotérico.

Qual texto você gostaria de montar? Por que?
Vários. Quero montar outras peças de Shakespeare, sonho com a montagem de um texto de Ariano Suassuna. Quero montar um Goldoni e também um texto russo. Espero conseguir.

Por que não montou ainda? Qual a principal dificuldade?
Uma Companhia sem patrocínio tem que caminhar devagar para não tropeçar e desmoronar. Uma montagem, por simples de que seja demanda tempo e dinheiro. Por isso, nem tudo que se quer montar é possível num determinado momento.

Você pensa em fazer TV, cinema, publicidade?
Nenhum preconceito contra qualquer veículo, mas não tenho paciência para correr atrás. Se algum dia aparecer uma oportunidade, faço, mas não me angustia não fazer. Minha paixão continua sendo o teatro. É a minha praia, é onde me sinto feliz.

Conte-me um pouco sobre os seus últimos trabalhos?
Meus últimos trabalhos foi o Duque de Bragança de “Leonor de Mendonça” do Gonçalves Dias, que eu adorei fazer e duas comédias do meu amigo Gilberto Amendola: “Nos 80” e “Sex Shop Café”. Adoro os textos do Amendola, ele é a minha paixão, tenho grande apreço por este jovem e talentoso autor.

Quais são os projetos futuros?
Para este ano, a montagem de “Os Ossos do Barão” de Jorge Andrade, um velho sonho e ainda um projeto para incrementar a utilização do teatrinho que construímos na sede da Cia.

O que você diria para aqueles que querem iniciar uma carreira hoje?
Qualquer carreira que se abrace, é preciso dedicação. Nenhum médico sai famoso da universidade. Prestígio se conquista com trabalho. O ator iniciante tem muita ilusão e ego inflado. É preciso ter humildade, e predisposição para o trabalho e aprendizado. A menos que o cara seja abençoado pela sorte, é preciso batalhar e acima de tudo perseverar.

Escreva o que tiver vontade de postar nesse blog.
Sem o teatro eu seria uma pessoa infeliz. O exercício da paixão é o maior presente que nos damos.

Um comentário:

  1. Viva o Orias!!! Legal a idéia das entrevistas, assim podemos conhecer mais a história do pessoal da Encena.
    Beijos

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